sexta-feira, 5 de junho de 2009

Último Poema

Da morte, por que ter medo?
Terei apenas saudades
de alguns amigos que fiz,
de alguns dias que não vivi,
da viola e do luar
e dos meus sonhos pueris,
do agreste e do verde mar.

Também levarei saudades
de cada esquina da vida,
do papo molhado da noite,
das noites não dormidas;
das perguntas de toda sorte
nem sempre respondidas.

Por que temer a morte,
se morte também é vida
e sempre estão de mãos dadas,
nos becos, estradas, avenidas.

Da morte não terei medo,
mas sim, saudades da vida,
que, se porventura não vivida,
lamentarei ter de ir cedo.
Mas restará a eternidade
e atribuirei à fatalidade
se não mais puder ficar.
Quem sabe a felicidade
não mora do lado de lá?

Pra resumir o assunto,
apenas levarei saudade,
da vida, se não viver muito.

Sorverei minha última hora
com a mesma serenidade
deste minuto de agora,
pois tudo valerá a pena,
se encararmos com a naturalidade
sem medo e com a serenidade
deste meu último poema!

Solidão!

Vou falar de uma coisa
Da solidão
Não da que todos sentem
A minha é diferente
Pode perguntar
Ao meu coração
Nem toda solidão é igual
Só sabe quem sente
E quem sente
Se Cala
E quem cala consente
Ser diferente
Cada solidão
Podemos ser sozinhos
No meio
De uma multidão
Podendo ter alguém do seu lado
E a malvada
Solidão
Não te deixa ver
Mas a minha é diferente
Sei disso
Porque nela convivo
Sei que estou vivo
E vivo nesta ilusão.
Para o poeta
A solidão é musica
Força de vontade
Inspiração
Mas pra quem sente
Solidão nada mais é
Que solidão...